O NARCISISTA

O narcisista vive a ilusão de que tudo gira ao seu redor, Ele olha o mundo como um espelho a lhe refletir. Pensa que tudo existe para ele e se considera indispensável e insubstituível. Somente ele sabe as coisas que sabe e se sente o parâmetro do mundo! O narcisista cada vez mais se ilude e sofre. Tenta aplacar sua dor com a doce e traiçoeira ilusão de que tudoacontece por sua causa. E as pessoas não devem enxergar nele a sua loucura, mas seus altos feitos, sua inigualável capacidade.
É que todo narcisista confunde sintoma com virtude, loucura com genialidade. O narcisista cultiva uma permanente sensação de unanimidade e seus ouvidos viciaram-se em bajulação. Sua necessidade de aprovação é permanente e os constantes elogios soam como música aos seus ouvidos. E por isso tem dificuldade de qualificar relações e só faz alianças que redundem em culto à sua pessoa.
Ele chega a estranhar os amigos que somem, os amores que perde, as pessoas que se afastam. Mas isso dura apenas um momento, porque logo conclui que elas possuem o péssimo defeito de não saber adorá-lo do jeito que ele se adora. O narcisista raramente sabe que é narcisista, imagina-se um invejado, alguém tão altamente dotado e capacitado que a média da população não consegue compreendê-lo e muito menos alcançá-lo.
O narcisista não se reconhece como tal porque cega-se com sua autopaixão. Ainda que seus olhos estejam permanentemente voltados para si, jamais é com intenção de autocrítica, nem mesmo de autoavaliação. O narcisista não se avalia, porque isto é para pessoas comuns, não para pessoas “iluminadas”. O narcisista se acha especial, alguém acima do bem e do mal.
Talvez ele devesse se submeter a uma boa terapia, mas como Deus não faz terapia...
E quando o narcisista “faz terapia”, não permite que a terapia o faça. É sempre ele que dá as cartas na terapia e na vida. Faz terapia para que ninguém o acuse de não fazer terapia, mas não dá o mínimo trabalho ao terapeuta, já que seus conflitos já chegam pensados de acordo com a sua conveniência. O narcisista sofre um sofrimento obscuro, uma dor existencial que se espalha na neblina que encobre sua possibilidade de autocrítica. Um sofrimento surdo, seco, inibido, reprimido. Uma dor que ele não vê claramente, e nem claramente sente, porque toda a dor que ele experimenta é menor que sua ilusão de glória.
Por Walmir Monteiro.
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